-Assim que você sai do aeroporto e cai no metrô, a cidade de Porto te oferece um serviço de informações muito útil, com várias pessoas disponíveis te explicando exatamente como você deve proceder na compra do bilhete, na validação e etc. Não sei se é porque foi em Português, mas eu achei extremamente explicativo!
-O "locker"anteriormente citado era uma salinha na rodoviária (bem safada), com um cara que te dá um papel e joga tua mochila atrás do balcão. Não aconselho deixar nada de valor ali, pois, apesar do cara parecer confiável, a segurança é mínima.
-Como eu ia chegar 3a à noite em Porto e ia embora domingo à tarde, eu tinha planejado ficar 4a inteira lá e ir pra Lisboa na 5a feira, voltando pra Porto no domingo, e equilibrando a viagem entre as duas grandes cidades lusitanas. Entretanto, uma greve geral nos transportes (trens, ônibus, metrôs e até aviões não funcionariam na 5a em todo o país!) fez com que eu tivesse que adiantar a minha ida pra Lisboa pra 4a a noite (18:00), me deixando menos que um dia para curtir a cidade. No começo fiquei bem chateado, mas isso se revelou mais um dos vários golpes de sorte que estavam por vir na viagem (mais pra frente vcs vão entender).
Seguindo em frente (já coloquei "Continuando" lá em cima!), saí da rodoviária e procurei um lugar pra tomar um café reforçado, já que não havia nem jantado no dia anterior. Quando estava no avião, perguntei pros portugueses sobre comidas típicas, e um deles respondeu:
"Não se pode vir a Porto sem comer uma francesinha!"
Expliquei pra ele que era estudante, e que não tinha grana pra turismo sexual, mas ele disse que Francesinha era um sanduíche com ovos e queijo e outras coisas, bem típico da cidade, e eu achei que pão, queijo e ovos não seriam uma má idéia pro café. O problema era as "outras coisas": linguiça, salsicha fresca, presunto, carnes frias e bife, além de um molho a base de tomate, cerveja e sei lá mais o que que me deixou suando em bicas, tudo isso acompanhado por uma porção de batatas fritas. Às 7 da manhã...
Como curiosidade, esse prato foi considerado pelo mega-site Aol Travel como um dos 10 melhores sanduíches do mundo! Vale dizer que esse site é norte-americano, hehe...
Depois de entupir as minhas artérias com essa iguaria, peguei um mapa e comecei a andar a esmo pela cidade, visitando as construções mais importantes e curtindo pouco a paisagem não germânica, que eu não via há 3 meses... Conheci uns brasileiros na Torre dos Clérigos e fiquei batendo aquele papo básico (Eles perguntam o que eu to fazendo, conto do intercâmbio, eles perguntam se eu to comendo todo mundo e eu minto pra não decepcionar eles...).
Após cansar de igrejas e castelinhos, resolvo seguir pelas ruelas de Porto na direção do rio Douro, sem deixar de observar a influência brasileira na paisagem e na sonoridade do local. Em diversos momentos desses bequinhos escutei tocar Roberto Carlos, Zezé de Camargo e Luciano (ou seria Xitãozinho e Xororó?) e, infelizmente, Michel Teló (Ai se eu te pego). Tirei foto também de uma loja que vi no caminho, com vários "sucessos" brasileiros...
Segui até o rio e resolvi sentar pra esperar dar a hora de encontrar a minha amiga. (detalhe: eu estudei com essa amiga na 3a e 4a série! Acho que a Europa reaproxima as pessoas...) Como o dia estava lindo (regra em Portugal nessa semana), sentei numa escadinha na beira d'água e fiquei pegando um sol, tirando fotos e apreciando a vista (descobri nessa viagem a maravilha que é viajar sozinho, comer o que e quando quiser, parar pra descansar quando der na telha, e só ver o que tiver afim!). Quando deu o horário, fui encontrar a minha amiga, e descobri, para total vergonha própria, que o meu celular me trollou no fuso horário e que a minha amiga estava me esperando havia 1 hora! Mas ela, na maior simpatia, disse que era comum e que não tinha problema... PORRA LUCAS!
Comemos um bacalhau, demos uma volta pela praia de Matosinhos (eu acho...) e eu voltei correndo (literalmente) pra rodoviária pra pegar o meu ônibus pra Lisboa. Como o motorista não havia aberto o bagageiro, entrei com o meu mochilão no ônibus, mas logo vi que não caberia na prateleira, e voltei (causando mó confusão na fila hauhaua) para colocar lá embaixo. Ainda tive que aguentar calado o motorista de ônibus perguntar "No Brasil vocês andam com isso lá dentro é?" (Não, na carroça com a sua mãe puxando tem muito espaço!)
[Partiu pra Lisboa!!!]