quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Historinhas de viagem 1

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas aos meus 4 leitores (uma das minhas avós nao tem internet...) pela demora nas postagens. A viagem de ski pra Áustria juntou com o meu aniversario, com a ceia de Natal e com a minha viagem de fim de ano... Como resultado, nao.sobrou tempo nem pra lavar roupa e u viajei com um monte de roupa suja na mala mesmo, pra lavar no meio d viagem...
Como eu nao aguento mais ficar sem postar nada, e acabo ficando com tempo enquanto espero nos aeroportos (estou no gatwick e meu avião sai em 6 horas), resolvi montar esse esquema de pequenas historias, postadas via celular, sem muita ordem definida, somente até eu voltar pra casa e o blog finalmente retornar a programaçao normal.
Um exemplo foi hoje, aqui em Londres. É sabido que as coisas por aqui são bem caras... E ainda sao em pounds, com cambio desfavorável para o euro. Enfim...
Estava andando com uns amigos logo antes de pegar o onibus para o aeroporto e decidimos entrar num mercadinho e comprar algo pra comer naquela hora e, ja que ambos iríamos embora no dia seguinte de manhã, resolvemos nos alimentar.
Encontrei uma sessão chamada "last minute sale", onde produtos de até 3 euros (salgados, sanduíches, etc...) estavam todos por 0,99. Dei uma olhada, identifiquei um potão de macarrao estilo spoletto, com a data d fabricação marotamente encoberta pelo adesivo da promo, e paguei junto com uma garrafa d'água.
O plano era geral comprar e ir comer num praça bonita que tinha por lá;
Pois bem, perguntei pro Manolo turco do caixa se ele poderia me dar talher e guardanapos, e ele falou que eu tinha que pegar num cestinha, cheia de paezinhos. Como o cara tava meio distraído, pensei: vou fazer a festa! Peguei o que precisava, enchi o saco de paezinhos e fui andando até a praça, uns 15 minutos da loja. Sentei na praça (trafalgar square) e quando estava me preparando pra bater o rango... Vi que tinha esquecido os talheres. PRA COMER MACARRÃO!!!<br>
Como voltar todo o caminho estava fora de cogitaçao, fui tentando me arranjar com os paezinhos como colheres, o que nao deu muito certo porque cada vez que eu distraía, eu dava uma mordida no pão e perdia metade da minha colher... Por fim, ainda começou a chover, logo abandonei a janta pela metade (metade Sem molho, que estava todo na primeira parte pra enganar os trouxas!)... Somando tudo isso com o meu casaco muito maior que eu, meu gorro descombinando, e a minha "cara de russo", mendigo mode on!

Obs: perdão pela falta de acentos, estava dando muito erro na hora de postar pelo celular...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Acordaê, rapá... Oww, acordaê! (Lagos e Lisboa!)

Continuando de onde eu parei (daqui) e utilizando um modo acelerado, já que as derrotas têm acontecido em um ritmo mais intenso do que as postagens.

6a feira: Lagos!

Como eu havia dito, no dia seguinte à Sintra, fomos de ônibus para Lagos, já que a previsão do tempo estava mais do que perfeita para curtir uma orla, e tanto o meu amigo Vito quanto o Luiz (manolo que que eu havia conhecido no jantar do dia anterior) ainda não haviam ido. Para resumir, Lagos é basicamente uma costa rochosa e escarpada, cujo processo de erosão resultou em várias grutas e pequenas praias com visuais incríveis. Fomos com a indicação de fazer um passeio de barco pelas grutas, mas chegando lá fui avisado por um pescador que o mar estava muito agitado para andar entre as pedras.

Resolvemos procurar o ponto de informação turística, começando pelo que parecia ser o centro da cidadezinha, mas segundo um mapa que encontramos na praça, teríamos que atravessar a cidade! Confirmamos com um policial que andava por ali, e entramos em um táxi para que ele nos levasse ao dito cujo. Entretanto, quando dissemos que queríamos ir ao "InfoPoint" de Lagos, ele falou que a gente estava há 20 metros dele! Agradecemos pela honestidade e fomos no prédio onde ele havia dito que ficava o centro, e descobrimos que, aparentemente, para os portugueses um centro de informação turística tem que ser DISCRETO. Sem indicação nos mapas e nem letreiros pra chamar atenção! Pra provar que eu não to mentindo:


Pra não enrolar muito, posso dizer que nesse dia vi paisagens incríveis, andei descalço na praia, molhei o pé no mar e peguei sol até ele se por. As grutas e as paisagens da costa são diferentes de tudo que eu já tinha visto, mas ao mesmo tempo as praias, o sol e a natureza trouxeram uma sensação de lar e bem estar, quebrando um pouco o cinzento clima que Stuttgart havia entrado há alguns dias. Como não conseguimos o passeio de barco, resolvemos fazer uma trilha pela costa toda, o que eu tenho certeza que foi melhor do que qualquer passeio de barco. Encontramos um simpático casal de velhinhos holandeses que indicaram outros lugares por ali, e até tivemos a sorte de "esbarrar" em um desses coroas nudistas em uma das praias. Fica aqui um aviso para todos que querem frequentar uma zona nudista: fique preparado pra ver um monte de velho de saco murcho, por que as gatinhas das revistas, bem... essas aí só existem nas revistas (ou pra quem tem Batista no sobrenome!). Por do sol, ônibus pra casa e dormir que dia seguinte era Lisboa em um dia (não tentem isso em casa, crianças!)

Sábado: Lisboa!

Não vou descrever o dia inteiro, porque seria meio chato e eu fiz tudo que todo turista que vai a Lisboa faz (praças, estátuas, castelos, vistas, monumentos, torres, etc.). Vou só pontuar algumas situações que acontecem só comigo!

Praça do Comércio e as Drogas: Se você acha que em Amsterdã é explanado, experimente ir na Praça do Comércio de Lisboa: é mais fácil conseguir maconha lá do que ingresso pro jogo de futebol com cambista em dia de promoção da nestlé. O negócio é extremamente explanado, com os caras com a pior pinta possível te oferecendo de 5 em 5 minutos maconha... Andei com a mão no bolso da carteira o tempo todo. Mas o lugar é belo!



Churrascaria: Eu deixava de ir na Torre de Belém, mas não perderia um almoço em uma churrascaria por 10 euros! Quase chorei quando o rapazote cortou um pedação de picanha mal passada no meu prato, pra fazer companhia pra farofa, arroz, feijão e vinagrete! Nem comi batata pro meu estômago não achar que era Alemanha. Infelizmente saímos (eu e o Vito, que deus o abençoe pela idéia da churrascaria) de lá nos arrastando, e ainda íamos andar pra caramba, mas valeu a pena!



Mãe protetora: Estava eu tirando foto de um monumento, sem perceber que uma mãe estava sentada com a filha tomando sorvete no pé do negócio. Depois de tirar umas 3 fotos, a mãe, visivelmente incomodada e achando que eu era o novo pedófilo do pedaço, se posiciona exatamente entre a câmera e a filha! Fiquei com medo de dar B.O. e me mandei...



Pastelzinho de Belém: Não satisfeitos com a churrascaria e com um sorvete (melhor - e mais caro - sorvete de Lisboa, segundo o meu "guia"...), deixamos para o mesmo dia pra comer o famoso pastelzinho de Belém. Para não estragar a surpresa, não havia comido até esse dia, e valeu bastante à pena a espera! Cada um pediu 3 (eu queria 2, mas o Vito desafiou...), mas quando eu lembrei de tirar foto só tinha um pedaço do último hahahahaha. E demos prejuízo foi no copo d'água (4 cada um), mas cara, depois de churrascaria e doce, não tem água que mate a sede! Tenho certeza que a partir do 3o que pedimos, veio cuspido...



Jogo de Futebol: Vimos o Derby Benfica x Sporting Lisboa, meu primeiro jogo aqui na Europa. Mais pra frente falo com calma da minha impressão futebolística daqui, mas os caras sabem fazer uma festa! Até treinaram uma águia (mascote do Benfica) para sobrevoar o estádio em dias de jogos importantes! That's entertainment!



Bebum no metrô: Indo pro estádio, encontramos um flamenguista (claro) com cara de maluco, que veio puxar papo com a gente. Só falando besteira, o manolo deixa escapar que a garrafinha de ice tea que ele tá segurando tá batizada com "whiskey misturado com whiskey"... Soltamos um migué de que íamos ver um ponto turístico antes e saímos do vagão, para entrar logo no de trás. O plano era saltar uma estação antes e ir andando pra não encontrar o cana brava, mas quando estávamos subindo as escadas, olha quem aparece! Nos escondemos que nem criancinhas brincando de pique, mas como a lei de Murphy é sensacional, ainda encontramos ele em 3 lugares diferentes do estágio! Sorte que ele não nos viu....

Bebum no metrô 2: Fim de jogo, casa pra dormir porque no dia seguinte era bus pra Porto, avião pra Karsruhe, e trem pra Stuttgart. Peguei o metrô de manhã e me deparei com um cara cochilando perto de mim. Estaria tudo sossegado se o manolo não resolvesse deixar cair a carteira cair! Chamei ele, nada. Cutuquei ele, nada. Chacoalhei ele, nada. Dei uns tapinhas na cara dele, nada. Por fim, peguei a carteira e enfiei na mão do cidadão. E como sou meio babaca, tirei uma foto! Eu sou ou não sou abençoado com essas figuras?


Semana que vem eu fecho Portugal com o resto da volta, e começamos de novo o Oktoberfest! Agora partiu  viagem de quatro dias pra Áustria, cujo roteiro é: Festa, Esquiar, Festa, Esquiar, Festa e Esquiar.

Até semana que vem e fiquem ligados, porque a rotina de derrotas vai voltar a ficar intensa!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Se aparecer um morcego...

3 horas depois de embarcar em Porto (aqui!), eu estava chegando em Lisboa. Infelizmente, a pessoa do meu lado do ônibus não foi tão simpática quanto as outras até agora e parecia até meio mal humorada, o que, mais tarde pensando, cheguei à conclusão de que estava intimamente ligado com o fato de que eu não tomava banho fazia 2 dias (e a corridinha pra não perder o bus não melhorou a minha situação...).

Cheguei na capital, encontrei o meu amigo e eu pude finalmente tomar um dois banhos, comer alguma coisa e descansar um pouco... Detalhe que o meu leito lá era um daqueles colchões de ar, que além de não serem muito confortáveis, são tão silenciosos quanto dormir sobre uma buzina de caminhão: cada micromovimento era um Waka Waka que acordava o prédio inteiro! Pra se ter noção, quando deu umas 7 horas eu, cheio de sono ainda, desisti de dormir e me mexer e fiquei quase uma hora parado na mesma posição desconfortável, esperando dar a hora de levantar.


Depois desse sono de beleza, acordamos e fomos encontrar os 2 manolos de São Paulo que iriam com a gente pra Sintra. A greve, que eu achava que tinha sido péssima pra mim, acabou sendo um presente divino (até em uma expressão pronta a palavra divino soa tão gay...), já que a galera de Lisboa não foi pra aula e resolveu alugar um carro e ir pra Sintra, uma bela cidadezinha nas redondezas (imperdível pra quem for em Lisboa). Só mesmo Portugal em crise pra 4 pessoas alugarem um carro por 3 dias, rodarem o dia inteiro com ele, e tudo dar menos de 60 euros pros 4 (Tudo bem que a gente tinha que entregar o carro mais limpo do que quando ele saiu, o que significava usar os panfletos do castelo como tapete haahuahuahauhah).

Os paulistas, que estão fazendo duplo diploma lá, eram gente boa pra caramba (Paulo e Téti) e, durante o café da manhã (um folheado doce chamado Travesseiro e um outro doce ruim pra caramba que eu esqueci o nome...) me ensinaram algumas coisas sobre o Português de Portugal:


[Também tinha Cafetaria, que soa tão errado pra mim... E pude também confirmar a minha tese de que pra falar com o sotaque lusitano, é só tirar a primeira vogal de cada palavra! Tente também!]

Fomos primeiro em 2 dos muitos castelos de Sintra, Palácio da Pena e Castelo Mouros, bem diferentes de todos os que eu vi pela Alemanha até agora, com influência moura e etc... Fotos dos 2:



Descobri pelos paulistas que o meu amigo de Lisboa (Vito) se encontra numa missão de acabar com a imagem dos cariocas no mundo, e para isso faz uso de vários instrumentos como poses na foto fazendo "arminhas" com as mãos, e divulgando vídeos como esse e esse... e ainda descobri que ele disse pros paulistas que eu era pior, então só imagina o que eles estavam esperando...

Depois dos castelos, passamos em um lugar chamado Quinta da Regaleira, um conjunto de jardins, castelos e grutas também em sintra. Não vou me demorar muito aqui, mas vale relembrar uma frase marcante do manolo Paulo, ao entrarmos em uma das grutas úmidas e totalmente escuras: "Se aparecer um morcego aqui eu desmaio! E se for um sapo então, eu morro de vez." UAUAHaUAHUAHUA Só figura...

Por último fomos no lugar que, pra mim, valeu a viagem inteira: Cabo da Roca. A beleza natural do local, somada à sua unicidade, é acachapante e inexplicável. Vou tentar uma imagem:


Acho que não chegou nem perto, mas vá lá. Imperdível pra quem for pra Lisboa hein!

Só mais 2 fatos merecem comentários aqui:

Primeiro, a única coisa que impediu o dia de ficar perfeito: a Téti colocou a câmera sobre uma pedra pra tirar foto, mas esbarrou sem querer e deixou a máquina cair lá embaixo no precipício. No desespero que ficamos pra recuperar a máquina (eu tinha umas fotos muito sexys lá po!), eu e ela descemos escalando essa costa aí, mas acabamos descobrindo que apesar de ter como descer tudo, a máquina tinha ficado num vão impossível de ser alcançado por corpos inaptos para escalada (um gordo e uma baixinha!) =/
[Além do mais, quando eu vi tudo que eu tinha descido, minhas pernas tremiam tanto que precisei de um tempo pra me recuperar e subir auhauhaua.] Téti desolada deu uma bela foto!


Segundo, quando estávamos discutindo se havia uma trilha até uma gruta que havíamos visto lá embaixo, me aparece subindo um velinho de uns bons 70 anos com 2 sacos lotados de cogumelos. Eu e uma fotógrafa espanhola puxamos papo com ele, que disse que sempre que o tempo fica um pouco úmido ele faz essa trilha e vai catando os cogumelos do caminho. Ele me deu uns pra cheirar, e realmente eram bem mais cheirosos do que os que compramos no mercado. Perguntei se ele vendia, e ele respondeu na lata:
-Não vendo nada! Dou pros amigos, pra família, e esses aqui estão todos com dono, apesar de eu não prometer nada porque não posso fazer chover...
A espanhola caiu na besteira de perguntar que tipo de cogumelos e tomou outra:
-Tipo de cogumelos? Ora, é melhor só dizer que é cogumelos, porque tem tanto tipo aqui que eu ia demorar muito pra explicar. Cogumelos são cogumelos!

Depois dessas desisti de convencer o velhinho e resolvemos voltar pra casa dos paulistas (bela casa, diga-se de passagem), para comer um prato típico de lá chamado Strogonoff (sarcamo), e conhecer o resto da galera, só gente boa. Ficamos conversando até tarde, e combinamos de ir no dia seguinte pra Lagos no Algarve... Conto como foi no próximo post! : ]