sábado, 3 de dezembro de 2011

Se aparecer um morcego...

3 horas depois de embarcar em Porto (aqui!), eu estava chegando em Lisboa. Infelizmente, a pessoa do meu lado do ônibus não foi tão simpática quanto as outras até agora e parecia até meio mal humorada, o que, mais tarde pensando, cheguei à conclusão de que estava intimamente ligado com o fato de que eu não tomava banho fazia 2 dias (e a corridinha pra não perder o bus não melhorou a minha situação...).

Cheguei na capital, encontrei o meu amigo e eu pude finalmente tomar um dois banhos, comer alguma coisa e descansar um pouco... Detalhe que o meu leito lá era um daqueles colchões de ar, que além de não serem muito confortáveis, são tão silenciosos quanto dormir sobre uma buzina de caminhão: cada micromovimento era um Waka Waka que acordava o prédio inteiro! Pra se ter noção, quando deu umas 7 horas eu, cheio de sono ainda, desisti de dormir e me mexer e fiquei quase uma hora parado na mesma posição desconfortável, esperando dar a hora de levantar.


Depois desse sono de beleza, acordamos e fomos encontrar os 2 manolos de São Paulo que iriam com a gente pra Sintra. A greve, que eu achava que tinha sido péssima pra mim, acabou sendo um presente divino (até em uma expressão pronta a palavra divino soa tão gay...), já que a galera de Lisboa não foi pra aula e resolveu alugar um carro e ir pra Sintra, uma bela cidadezinha nas redondezas (imperdível pra quem for em Lisboa). Só mesmo Portugal em crise pra 4 pessoas alugarem um carro por 3 dias, rodarem o dia inteiro com ele, e tudo dar menos de 60 euros pros 4 (Tudo bem que a gente tinha que entregar o carro mais limpo do que quando ele saiu, o que significava usar os panfletos do castelo como tapete haahuahuahauhah).

Os paulistas, que estão fazendo duplo diploma lá, eram gente boa pra caramba (Paulo e Téti) e, durante o café da manhã (um folheado doce chamado Travesseiro e um outro doce ruim pra caramba que eu esqueci o nome...) me ensinaram algumas coisas sobre o Português de Portugal:


[Também tinha Cafetaria, que soa tão errado pra mim... E pude também confirmar a minha tese de que pra falar com o sotaque lusitano, é só tirar a primeira vogal de cada palavra! Tente também!]

Fomos primeiro em 2 dos muitos castelos de Sintra, Palácio da Pena e Castelo Mouros, bem diferentes de todos os que eu vi pela Alemanha até agora, com influência moura e etc... Fotos dos 2:



Descobri pelos paulistas que o meu amigo de Lisboa (Vito) se encontra numa missão de acabar com a imagem dos cariocas no mundo, e para isso faz uso de vários instrumentos como poses na foto fazendo "arminhas" com as mãos, e divulgando vídeos como esse e esse... e ainda descobri que ele disse pros paulistas que eu era pior, então só imagina o que eles estavam esperando...

Depois dos castelos, passamos em um lugar chamado Quinta da Regaleira, um conjunto de jardins, castelos e grutas também em sintra. Não vou me demorar muito aqui, mas vale relembrar uma frase marcante do manolo Paulo, ao entrarmos em uma das grutas úmidas e totalmente escuras: "Se aparecer um morcego aqui eu desmaio! E se for um sapo então, eu morro de vez." UAUAHaUAHUAHUA Só figura...

Por último fomos no lugar que, pra mim, valeu a viagem inteira: Cabo da Roca. A beleza natural do local, somada à sua unicidade, é acachapante e inexplicável. Vou tentar uma imagem:


Acho que não chegou nem perto, mas vá lá. Imperdível pra quem for pra Lisboa hein!

Só mais 2 fatos merecem comentários aqui:

Primeiro, a única coisa que impediu o dia de ficar perfeito: a Téti colocou a câmera sobre uma pedra pra tirar foto, mas esbarrou sem querer e deixou a máquina cair lá embaixo no precipício. No desespero que ficamos pra recuperar a máquina (eu tinha umas fotos muito sexys lá po!), eu e ela descemos escalando essa costa aí, mas acabamos descobrindo que apesar de ter como descer tudo, a máquina tinha ficado num vão impossível de ser alcançado por corpos inaptos para escalada (um gordo e uma baixinha!) =/
[Além do mais, quando eu vi tudo que eu tinha descido, minhas pernas tremiam tanto que precisei de um tempo pra me recuperar e subir auhauhaua.] Téti desolada deu uma bela foto!


Segundo, quando estávamos discutindo se havia uma trilha até uma gruta que havíamos visto lá embaixo, me aparece subindo um velinho de uns bons 70 anos com 2 sacos lotados de cogumelos. Eu e uma fotógrafa espanhola puxamos papo com ele, que disse que sempre que o tempo fica um pouco úmido ele faz essa trilha e vai catando os cogumelos do caminho. Ele me deu uns pra cheirar, e realmente eram bem mais cheirosos do que os que compramos no mercado. Perguntei se ele vendia, e ele respondeu na lata:
-Não vendo nada! Dou pros amigos, pra família, e esses aqui estão todos com dono, apesar de eu não prometer nada porque não posso fazer chover...
A espanhola caiu na besteira de perguntar que tipo de cogumelos e tomou outra:
-Tipo de cogumelos? Ora, é melhor só dizer que é cogumelos, porque tem tanto tipo aqui que eu ia demorar muito pra explicar. Cogumelos são cogumelos!

Depois dessas desisti de convencer o velhinho e resolvemos voltar pra casa dos paulistas (bela casa, diga-se de passagem), para comer um prato típico de lá chamado Strogonoff (sarcamo), e conhecer o resto da galera, só gente boa. Ficamos conversando até tarde, e combinamos de ir no dia seguinte pra Lagos no Algarve... Conto como foi no próximo post! : ]

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