domingo, 22 de janeiro de 2012

Oktoberfest, Parte 1: O ALBERGUE

Retomando a história rumo ao Oktober, vindo dessa história aqui:

Essa é uma das histórias que eu mais gosto desde que eu cheguei aqui. Não pretendo explicar como é iradíssimo o Oktoberfest, com as suas canecas de cervejas de 1 Litro e as alemães de dirndl (vestidinho curto, típico e que valoriza o "derrière" alemão...). Isso todos sabem, e ano após ano milhares de pessoas descrevem as mesmas coisas.



A minha ideia é contar uma das coisas mais inusitadas que aconteceram aqui na Alemanha. Vamos ao conto:

Chegamos um pouco tarde a Munique naquela sexta-feira. Fomos direto no "albergue", deixamos a mochila e fomos conferir nossas instalações. A palavra "instalações" se adéqua perfeitamente à situação, pois o nosso albergue era "low cost", mas MUITO "LOW COST".

Quando compramos sabíamos que seria trash. Era o ÚNICO dentro de Munique que tinha vaga para nós 4, mais o Fittipaldi que vinha da França. O nome era "HOSTIVAL: O Hostel que segue os festivais por toda a Europa." Sim, ele era um albergue móvel... Não haviam construções ou edifícios, mas sim literalmente um acampamento, com várias tendas, cada qual com 5 beliches, algumas tomadas e só. Os banheiros eram em trailers e a recepção era uma tenda de circo na entrada de uma fábrica abandonada. Fotos abaixo:

"instalações"
corredor do albergue
banheiro 
cada quarto tinha um nome de ala de hospital

instalações 2


Depois que confirmamos nossas expectativas sobre o albergue, deixamos as bolsas e partimos para a festa, umas 14 horas já, horário tarde para ir pras tendas. Não conseguimos entrar de primeira, e ao fazer uma hora do lado de fora, encontramos a galera da minha faculdade, que eu já estava com saudades, e que também estava obviamente cambaleante porque tinha chegado cedo (várias declarações de amor, um momento lindo). Eu, Fernando, Júlia e Vito decidimos abandonar a galera pra tentar recuperar o tempo perdido, e nos esgueiramos pra uma das tendas. Pra resumir essa parte, achamos uma mesa cheio de gringos, nos enturmamos, competimos pra ver quem bebia mais rápido (eu perdi humilhantemente para a Juju - eu e todos os alemães que competiram, essa garota tem o capeta com sede no corpo!), ficamos impecavelmente bêbados e, se você perguntar a qualquer um dos 4, fomos teletransportados para nossas camas. Acordei umas 3 horas da manhã, perguntando o que diabos tinha acontecido e onde eu estava, e vi que estava no quarto. Temi pelo meu celular, que fui encontrar pendurado na parede (a tomada era uma extensão que saia do teto...), e conversei um pouco com a Júlia, que havia acordado também nessa hora e não estava com cara de muitas respostas. Vimos que tinha ainda no quarto 2 mochileiros, e um amontoado de edredons em uma cama.

O que aconteceu aqui?
Confirmamos carteiras e celulares de todos, tentamos ainda lembrar de algo, e localizar o meu chapéu (que já é outra história...) mas desistimos e fomos deitar. Entretanto, assim que todos se acomodam, comecei a ouvir um barulho estranho vindo do amontoado de edredons que eu tinha visto anteriormente. Mais ou menos uns gemidos femininos... Como a minha cama tinha uma vista boa da anteriormente mencionada, virei de lado e espiei o que eu intimamente já esperava. Ou ali embaixo daquele edredon era o menor terreiro de macumba do mundo, ou tava rolando uma sacanagem braba lá! O problema é que em alguns minutos a sacanagem embaixo do edredon virou um alto e indiscreto ato sexual! O cara até claramente tentava tampar a boca da senhorita, mas ela não estava ligando muito pra platéia...

"Edredon é?"
Olhei para o lado e vi que o Vito observava a cena com uma cara que provavelmente retratava a minha ("É isso mesmo que eu to vendo?"). No começo havia pelo menos discrição visual (o áudio já não era tão controlado), ou seja, só os pés ficavam pra fora, mexendo com o imaginário dos telespectadores, que não conseguiam entender a logica de qual pé pertencia a quem... Conforme ia aumentando o volume, pedaços de corpos desnudos iam aparecendo aos poucos, como que convidando os companheiros de quarto a participar da farra.


Chegamos em uma situação onde a tenda toda balançava ritmicamente, com os sons de sucção, fricção e certa "gemeção" preenchendo os espaços não mobilhados do cômodo. A descrição da Júlia, que estava na cama do beliche acima do Vito, é impagável:

"Logo depois de deitar, estava quase cochilando quando senti a cama tremer. Estava ouvindo música, portanto não me liguei nos sons em um primeiro momento, então pensei que o Vito estava dando aquela aliviada na cama de baixo. Fiquei 2 minutos pensando "QUE NOJO" até começar a ouvir e, em seguida, observar o ato libidinoso que acontecia no quarto. Pobre Vito, levou a culpa..."


Me considero uma pessoa sem frescura nenhuma. "Descolado" (nossa...). Mas descobri o meu limite: tentar dormir em uma tenda congelante, com um casalzinho fazendo sexo animal e barulhento a 3 metros de mim. E pra terminar, preciso prestar meu respeito ao rapazote: QUASE 3 HORAS DE AMOR! Como disse a Júlia, me sinto parte dessa conquista. Afinal todos mexemos com eles né...

2 comentários:

  1. Hahah sensacional!
    Oktoberfest sao os melhores dias que voce jamais vai lembrar!

    ResponderExcluir
  2. hahahahahha
    é.. passei pela experiencia de ficar hospedada nesse hostel tb!! mas pela Oktoberfest vale super a pena!!!

    Fran

    ResponderExcluir